terça-feira, 10 de maio de 2011

Segurança alimentar e meio ambiente


Nas últimas décadas muito se discutiu a respeito da necessidade de implantação de políticas públicas para a segurança alimentar, tendo em vista o aumento populacional dos últimos anos, que trouxe como conseqüência o aumento da demanda por alimentos.
Infelizmente, neste início de século, uma expressiva parcela da população brasileira ainda sofre com o problema da fome, apesar de toda a tecnologia que hoje se encontra disponível ao agricultor brasileiro.
            Uma grande contradição se revela no fato de que o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de soja, ainda possui cidadãos sem acesso à nutrição básica. Tal realidade demonstra que não há problemas de insuficiência da produção agrícola, mas sim na definição da política agrícola, que hoje dificulta o acesso à nutrição por uma parte da população brasileira, notadamente sua parcela mais carente.
            A criação de monoculturas em larga escala gera uma conseqüência nefasta para o mercado interno de alimentos básicos. A destinação de grandes quantidades de terras para a produção de soja para exportação implica na diminuição da área de produção de culturas básicas como arroz e feijão, alimentos esses que compõe a cesta básica da maioria dos lares brasileiros. Essa diminuição da área plantada gera a redução da safra, num ciclo cuja última conseqüência é o aumento de preços para o consumidor final.
             Esse aumento nos preços dos alimentos da cesta básica é extremamente gravoso para famílias de baixa renda, cujos rendimentos mensais são insuficientes para se garantir uma nutrição calórica adequada, já que o gasto com alimentação consome a maior parte da renda dessas famílias.
             O aumento da produção voltada para o mercado externo gera também pressões sobre o meio ambiente, pois a necessidade de abertura de novas fronteiras agrícolas resulta no desmatamento de imensas áreas florestais, que cedem lugar a grandes plantações, na tentativa de atender à demanda internacional.
              É óbvio que a atividade de produção e exportação de soja é extremamente importante para a economia do país e não se pretende torná-la a causa principal do problema da fome. No entanto se faz necessária a adoção de políticas públicas que minimizem o efeito da produção em larga escala da soja sobre o preço dos alimentos básicos.
               Somente a adoção de uma política agrária eficiente e sensível aos problemas nacionais poderá garantir o acesso de todos os cidadãos a uma alimentação saudável e adequada, sem que seja necessário abrir mão do desenvolvimento econômico e da preservação do meio ambiente.


Pluralidade Cultural: tolerar é preciso

      Grandes discussões se travam nas redes socias entre os adeptos do Happy Rock, como é conhecido o estilo musical em voga nas rádios, e os fiéis defensores do Brock, o movimento roqueiro brasileiro dos anos 80. O segundo movimento tece ácidas críticas ao público adolescente, que compõe a esmagadora maioria do adeptos do Happy Rock. Entre essas críticas está a má-qualidade das letras, pobreza das melodias e a inexistência de uma bandeira que indique qual a razão de existir desse movimento.
     Todo movimento cultural é passível de receber críticas, e estas devem ser entendidas como uma manifestação democrática da pluralidade cultural brasileira, que permite a coexistência das mais variadas formas de manifestações artísticas no território nacional.
     Entretanto há um dado preocupante que caracteriza a cultura de massa brasileira: verifica-se uma uniformidade desinteressante nas obras artísticas que são oferecidas ao grande público. Os grandes conglomerados midiáticos, aí incluídos os principais jornais, rádios e canais televisivos, não abrem espaço para uma imensa parcela da produção cultural brasileira. Há uma overdose na cobertura de determinados segmentos musicais, enquanto outros são mantidos à margem, de modo que o público deve procurar outras fontes, como a internet, para ter acesso a essa produção cultural.
         A música brasileira é riquíssima em todos os seus gêneros: samba, heavy metal, technobrega, baião, indie rock, axé...nenhum estilo musical exclui outro, todos possuem artistas qualificados que engrandecem a música brasileira.
           O que deve ser criticado não é o estilo em si, mas a overdose de exposição midiática de determinado segmento em detrimento de tantos outros. Se a música brasileira é tão rica, a cobertura midiática deve contemplar toda essa riqueza, para brasileiros de todas regiões e de todas as faixas de renda tenham acesso à esse maravilhoso patrimônio cultural.